sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LER / DORT – SAÚDE DO TRABALHADOR

Siglas, nos acostumamos e incorporamos em nosso vocabulário, a cada dia nos trazem à lembrança impostos, taxas, partidos, movimentos sociais, entidades classistas e sindicais, setores de trabalho e, por outro lado temos aquelas que representam quadros de doenças que acometem grupos de indivíduos homogêneos ou não, como a AIDS e as LER – Lesões por Esforços Repetitivos, também conhecidas com o nome de DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, reconhecida pelo próprio INSS.

Conheça as pesquisas sobre LER/DORT: 
As LER - Lesões por Esforços Repetitivos representam um grupo de doenças que atingem músculos, tendões e membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços e pescoço) e que têm relação direta com as exigências das tarefas, ambientes físicos e organização do trabalho. Conforme a gravidade das lesões pode levar até à incapacitação total para o trabalho.
Mas afinal, porque tanta polêmica com as LER ou DORT? Poderíamos fazer inúmeras perguntas, certamente para as quais já existem respostas com fundamentados e rigorosos estudos científicos, reconhecimento da comunidade científica internacional, da legislação previdenciária e trabalhista nacional e internacional.

Entretanto vivem os trabalhadores via de regra, sua via crucis, a terem que mostrar e demonstrar provas de seu sofrimento, nem sempre tão evidenciáveis ou demonstráveis nos exames laboratoriais disponíveis ou ainda, quando existentes facilmente descartadas e atribuídas a outras nosologias.

Em um só discurso e em uníssono negam a responsabilidade: a empresa e o governo. É comum ouvirmos queixas de trabalhadores que ficam isolados a um canto da empresa com seu sofrimento psíquico e orgânico, sem maiores perspectivas de ascensão profissional, sem o reconhecimento do nexo causal seja pelos setores competentes da empresa ou do seguro social e em algumas situações até mesmo pelos colegas de trabalho, estes certamente pela desinformação e pela política impregnada pela empresa de competitividade, fragmentação do trabalho, individualismo, etc.

Traçando um paralelo com a AIDS cujo surgimento produziu e vem produzindo profundas mudanças no comportamento e relações humanas, as LER embora já fossem conhecidas desde os primórdios da Revolução Industrial, trazem à discussão obrigatoriamente temas relacionados ao capital x trabalho e, suas repercussões nas relações de produção vigentes são tão perceptíveis que na meca do capitalismo internacional, os EUA, já representam o principal problema de saúde no trabalho, gerando um grande custo anual.

A ocorrência das LER em grande número de pessoas em diferentes países provocou uma mudança no conceito tradicional do que é o trabalho pesado, envolvendo esforço físico é mais desgastante que o trabalho leve, envolvendo esforço mental, com sobrecarga dos membros superiores e relativo baixo gasto de energia.
Como em todos os momentos da história da humanidade, hão de existir sempre aqueles que com outro juízo de valores preferem assumir uma atitude de negar a existência do problema, muitas vezes com certa veemência, do que realizar sua própria investigação ou, incluir em sua metodologia de avaliação do trabalhador as questões inerentes ao tema.

Relutam sequer a aceitar a existência de qualquer fator de risco ergonômico, como se as empresas cumprissem com o rigor esperado as determinações da NR-17, a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho estabelece que compete ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador. O controle a serem adotados envolvem: o dimensionamento adequado do posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as condições ambientais e a organização do trabalho.

Acusam com frequência, embora sem argumentação convincente, de que os problemas são criados pela fértil e criativa mente do trabalhador. Será uma nova forma de fenômeno de somatização individual, com risco de contaminação no comportamento mental e social do grupo? Ou será mais uma vez um modo mais cômodo de negar evidências científicas para proteger o modo de produção vigente?
Queremos que as empresas assegurem aos trabalhadores, um ambiente de trabalho saudável e ergonômico.

Saiba quais são as doenças consideradas LER/DORT:
  • Bursite - inflamação das bursas (pequenas bolsas que se situam entre os ossos e tendões das articulações do ombro)
  • Epicondilite - inflamação das estruturas do cotovelo
  • Miosites - inflamação dos músculos
  • Síndrome Cervicobraquial - compressão do plexo (nervos e vasos)
  • Síndrome do Ombro Doloroso - compressão de nervos e vasos em região do ombro
  • Síndrome do Túnel do Carpo - compressão do nervo mediano ao nível do punho
  • Tendinite - inflamação dos tendões
  • Tenossinovite - inflamação do tecido que reveste os tendões

Os fatores de risco
  • Ambientes de trabalho frios, ruidosos e mal ventilados
  • Ausência de pausas durante a jornada de trabalho
  • Excesso de horas extras
  • Má qualidade de peças e equipamentos
  • Mobiliário inadequado (cadeiras, mesas e etc)
  • Ritmo acelerado para garantir a produção
  • Tarefa única realizada de forma repetitiva
  • Trabalho automatizado, onde o trabalhador não tem controle sobre suas atividades
  • Trabalho rigidamente hierarquizado, sob pressão permanente das chefias
http://www.sindipetro.org.br/saude/saudetrab.htm

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